Destacamos também as diversas formas de expressão visual expressas através da cultura popular com os diversos grupos de tradição oral reconhecidos como patrimônio imaterial e cultural pela Secretaria da Cultura do Ceará e do Governo Federal. Estes grupos conseguem promover diversas formas de linguagem ao mesmo tempo, com a linguagem verbal, a linguagem sonora e musical com seus instrumentos, a linguagem visual, com seu figurinos, gestos e expressões faciais e corporais, assim como diversos elementos de linguagem e expressão.
Em Juazeiro do Norte – CE, um projeto de pesquisa foi aprovado no edital PNPI 2010, para um mapeamento do patrimônio imaterial do Horto do Padre Cícero, com parcerias da AVBEM, IPHAN, Ministério da Cultura e Governo Federal, em andamento desde Setembro de 2011. O projeto é intitulado O Museu que Há em Nós, com ele é possível realizar um estudo mais profundo da cultura popular do Cariri presente na Colina do Horto. Busca realizar um mapeamento dos saberes, modos de fazer, formas de expressão, festas, rituais, celebrações, lugares e espaços de importância coletiva para a comunidade do Horto em Juazeiro do Norte – CE, pela grande influência que a cidade sofre e exerce na região.
Resado do João Bosco
Luta de Espadas do Reisado
A cultura popular das tradições regionais tornou-se muito mais difundida na atualidade com o Movimento Armorial criado por Ariano Suassuna que fez estudos apurados da cultura popular das principais áreas onde ainda havia conservação e uniu os pontos em comuns tentando realizar um resgate das mesmas, que estavam sendo sufocadas e quase extintas na época de modernismo e tecnologia da atualidade.
Parte da pesquisa do grupo mencionado diz respeito a cultura do reisado que consiste em grupos de dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, com que se festeja a véspera e o Dia de Reis, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro. É um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos que vão de porta em porta anunciando a chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e dançam. O Reisado também é muito conhecido como Folia de Reis. O Reisado é de origem portuguesa e instalou-se em Sergipe no período colonial. Atualmente, é dançado em qualquer época do ano, os temas de seu enredo, variam de acordo com o local e a época em que são encenados, podem ser: amor, guerra, religião entre outros. O Reisado se compõe de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre, contramestre, figuras e moleques conhecidos como Entimeios. Os instrumentos que acompanham o grupo são violão, sanfona, ganzá, zabumba, triângulo e pandeiro.
Banda que acompanha o Reisado
Encenação Teatral no Reisado
A cultura d reisado é fortemente marcada na tradição caririense. É uma herança adaptada do povo europeu que se mesclou com a tradição popular do local. Trata-se de uma apresentação que representa o percurso da visita dos reis magos ao Cristo na manjedoura. É uma espécie de musical com um grupo trajado de soldados romanos, que lutam com espadas, os palhaços chamados de Mateus, que são adaptações do Bobo-da-Corte medieval, também a Rainha, a Princesa, o Rei e o Príncipe, juntos com o Mestre, o Contra-Méstre e tantos outros, que simbolicamente fazem um percurso onde encontram os Entimeios como o Jaraguá, que é um pássaro gigante, o boi, e muitos outros. O Reisado conta com um elenco de homens moços e maduros, além de crianças e que colocam com humor e dramaticidade as lutas entre reinos imaginários, entre vaqueiros e bois místicos e misteriosos com tanta dança e tanta música que o encanto geral não se desfaz.
Os movimentos corporais, na dança, são marcados com o ritmo da música, que em diversos grupos tem a junção de tambores africanos. O Reisado do Mestre João Bosco, em Juazeiro do Norte, foi fundado com iniciativa e apoio da AVBEM com crianças, jovens e adultos da colina do Horto no final do ano de 2010, para tentar repassar esta cultura para as novas gerações e servir como instrumento de ação social. O figurino usado pelo grupo transmite com bastante fidelidade as idéias que tentam transmitir como as noções de Hierarquia e respeito mútuo, assim como a união e diversos outros fatores que a sua comunicação nos proporciona.
Presença de Entimeios no Reisado
Representação do Boi no Reisado
As bandas de música cabaçal são tradicionais na região do Cariri. Os zabumbas trazem uma batida forte, que de longe se ouve! Dizem que o nome “cabaçal” vem do efeito do próprio som, porque a caixa e zabumba trazem uma sonoridade que tem semelhança com cabaças secas quando batem umas nas outras. A origem do nome pode ter outra versão, mas o que é incontestável nos instrumentos musicais que encontramos no Cariri Cearense é a rica influência indígena e africana. Nessa regionalidade, onde se tem benditos, reisados, bandas cabaçais e outros, encontramos os maiores mestres populares, como o Mestre Chico que lidera a Banda Cabaçal Santo Antônio, formada em Juazeiro do Norte no ano de 1983, hoje considerada uma das grandes referências da cultura popular do interior cearense.
O Mestre Chico nasceu no Crato, mas cresceu em Juazeiro do Norte e é ele quem produz artesanalmente os instrumentos, zabumba, pífanos e caixa que são usados pela Banda Cabaçal Santo Antônio. Já o zabumba que ele mesmo usa nas apresentações pertencia ao seu tio e está em perfeito estado de conservação, apesar de existir desde 1934. E assim como este instrumento em especial, o gosto pela música e a tradição das cabaçais são transmitidos dentro da família, pois, os cinco membros da Banda Cabaçal Santo Antônio são parentes próximos, músicos versáteis e homens que trabalham como agricultores, mas que vivem pelo amor à música que flui neles naturalmente. “Nossa vontade de tocar já vem no sangue. Ela vem da tradição regional, da religião, da rua... A gente gosta de música e se o povo gostar, a gente toca até o sol raiar” disse o Mestre Chico.
Grande parte das composições do Grupo pertence a eles mesmos. O som deles vem da mistura que nasce dos pífanos, caixa, pratos, e, especialmente, zabumba, e, da riqueza rítmica que vem do samba, das marchas, do baião... O canto também está presente em alguns pontos das suas apresentações, e, da interação da música com as danças regionais como o “Baião Solto” e “Trancelim”, a expressão corporal também é marca, onde os cinco integrantes trocam seus “movimentos musicados” cheios de sincronismo e envolvimento, revelando uma das mais puras expressões culturais do Cariri Cearense.
Esse espetáculo também pode ser visto em Fortaleza, no Festival Tangolomango! Seu Espedito, um dos integrantes da Banda Cabaçal Santo Antônio disse: “Quer dizer que nós vamos mesmo tocar lá!?” Parecia ainda querer ter a certeza de que um grande público iria vê-los e que um evento grandioso estava valorizando o seu trabalho artístico. Mas infelizmente este tipo de cultura tem muito mais valorização em outras localidades do que no próprio local sendo até mesmo preconizada.
Coriografias da Banda Cabaçal
Banda Cabaçal do Mestre Chico
O Coco é uma tradição nordestina que acontece em vários estados. O Grupo do coco Frei Damião,de Juazeiro do Norte, é na verdade uma tradição alagoana que devido a migração de Romeiros de Alagoas para Juazeiro levou esse Coco para o Cariri. O interessante é ver que o grupo só tem mulheres, e algumas delas representam os homens na dança. A mestra Marinês conta mais um pouco sobre a tradição. Vídeo feito em dezembro de 2008 durante o encontro Mestres do Mundo
Dotada de grande beleza pictórica e com contágio bastante emocionante a apresentação daquela enorme família de mulheres em torno da Mestra Marinês, neta de um Mateus de reisado, o Velho Afonso, homenageado por ela num dos cocos entoados e que dança e canta junto com a mãe, as tias, as primas num ritmo marcado e contagiante. O ritmo marcado pelo movimento da pisada dos pés nos arremete a diversas outras culturas como a do sapateado europeu e aos rituais de dança dos índios cariris. Todas as integrantes vestidas de chita vermelha contam trajetórias em seus rostos e em suas vozes. Foi o Tio Danusio que trouxe o coco pra família de Marinês. Ele veio pro Juazeiro do Norte, vindo de Alagoas, há mais de 60 anos e se apaixonou e casou com a avó dela. É do amor pelas origens, pelas raízes e pelos amigos brincantes que a sua comunicação se faz.
Todas as suas expressões faciais e corporais nos lembram o ofício sofrido da vida no campo, os movimentos de preparar a terra, de jogar as sementes para plantar e depois colher. Nos transmite as sensações das tristezas enfrentadas pela pobreza e a dura vida no sertão, mas também nos transmitem a vivacidade de seus movimentos de forma bastante vigorosa e triunfante com expressões da alegria do sertanejo que valente vence suas adversidades.
Coco da Marinês no SESC - Juazeiro
Coreografia do Coco da Marinês
Coco da Marinês na Terreirada José manuel, no Horto de Juazeiro
Coco da Marinês no Horto
O Maneiro-Pau, manifestação artística de matriz africana, típica da Região do Cariri, é uma roda com repente e dança, realizada por dez pessoas, onde cada brincante utiliza um pau que, tocado em outro sincronizadamente, cria uma evolução de grande impacto visual. De quando em vez, enquanto uns põem-nos no chão, outros os usam para duelarem entre si, o fazendo cadenciadamente. Ao longo do jogo, o mestre e o contramestre, no ritmo da embolada, dão ordens improvisadas que devem ser obedecidas prontamente pelos participantes.
Mestre Bigode, que começou a jogar aos 12 anos e hoje é Mestre da Cultura Popular Tradicional do Estado do Ceará, conta que a brincadeira é uma tradição adaptada para a região do Cariri e típica dos cangaceiros. Lampião e Maria-Bonita, segundo Bigode, costumavam brincar de Maneiro-Pau.
Francorli, artista plástico que acompanha Mestre Bigode e o contramestre Antônio Baptista de Souza, relata que o Projeto Admirável Trupe, em atuação há seis anos no Ceará, tem como proposta a preservação desta tradição folclórica brasileira, ensinando meninos e meninas a brincarem de Maneiro-Pau. “Os meninos brincam vestidos de Lampião, e as meninas de Maria Bonita”, diz. Para ele a maior dificuldade para a perpetuação do Maneiro-Pau é encontrar repentistas para liderar a brincadeira. “O repente é um dom que não se aprende”, afirma.
Maneiro Pau na Terreirada do Horto
Maneiro Pau de Mestre Bigode
A influência ancestral dos três principais mundos formadores da alma brasileira permanece pulsante na vida do sertanejo simples, cuja religiosidade se manifesta à flor de seus atos e ditos. E é na efervescência dessa estética universal que nascem e se fortalecem as tradições culturais populares; em nosso caso, resultantes do caldeamento cultural havido entre os indígenas donos da terra, os brancos ibéricos invasores e os negros de várias nações para cá trazidos como escravos.
Lapinha Mãe Celina (Crato-CE)
Figuras integrantes da lapinha
A Lapinha assume, neste contexto, uma espécie de demonstração da prevalência do cristianismo sobre as crenças e religiões dos outros povos. Entretanto não escapa à aculturação decorrente dessa convivência, sabida por nós nada pacífica ou cordial. J. de Figueiredo Filho, em seu O Folclore no Cariri (1960: p. 32) nos afirma que à Lapinha, “de procedência lusitana, foi acrescentada muita cousa de fonte indígena ou africana, como os caboclos, a canção da formosa tapuia, ou temas inteiramente abrasileirados.” Na mesma obra (pp. 33-39), ilustra seu caráter multicultural verificando a presença do anjo, índios, do sol, da lua, baianas, beija-flor, pastores, vaqueiros... além dos três Reis Magos.
É a Lapinha Viva, pois, a reconstituição dramática popular da visita dos três Reis Magos ao recém-nascido Jesus, com o fim de lhe ofertarem presentes. Sua significação transita da representação quase que ainda medieval, com pessoas interpretando santos, bichos e coisas da natureza como simples e profunda louvação ao Deus-Menino, até a complexa peça de antropologia cultural que traz em si grande parte da história da humanidade. Lá estão não somente símbolos de culto cristão, católico, mas fortes traços que nos remetem aos primitivos tempos em que o homem vivia em diálogo e harmonia com a natureza, assim como elementos que podem “contar” os processos de formação cultural e social da nação brasileira, sem descuidar de nos remeter aos povos ancestrais de antes do encontro em nossas terras.
Hoje, no Cariri, as nossas Lapinhas Vivas apresentam praticamente as mesmas características dramáticas de outrora, sendo acrescidas quase sempre da louvação de um grupo de Reisado, que também representa a peregrinação dos Reis Magos a Belém, pertencendo ambos ao ciclo natalino, e, às vezes, de uma Banda Cabaçal. Quando se juntam os três folguedos, multiplicam-se a beleza estética, o brilho dramático, o riso brincante, o alcance histórico.
O fortalecimento e a difusão do folclore e das manifestações tradicionais populares, a exemplo das Lapinhas, devem servir principalmente à causa do (re)descobrimento de nossa identidade cultural, pois que oferecem uma farta leitura do mundo em variadas dimensões e diferentes tempos. É a história se doando generosamente à elaboração de um novo pensamento, que dê vazão a sinceras atitudes libertárias, que restabeleça o espírito e a festa da dignidade humana, da democracia, do respeito à natureza, da felicidade, do amor.
Queima das Palhas da Lapinha
Tradicionalmente, a queima da Lapinha dá a largada do Carnaval. A tradição da Queima da Lapinha teve início na Idade Média, reunindo todas as manifestações do ciclo natalino como o pastoril, bumba-meu-boi e reisado, além de figuras do Carnaval como blocos, orquestras de frevo e passistas. A Queima da Lapinha é uma antiga tradição que reúne todas as manifestações do ciclo natalino como o pastoril, bumba-meu-boi e reisado e figuras do Carnaval como blocos, orquestras de frevo e passistas.
Em Crato e Juazeiro do Norte, a tradição das encenações natalinas é renovada pela chegada das novas gerações. Em Juazeiro do Norte A tradição medieval das lapinhas vivas se mantém no Cariri. Em Crato e Juazeiro do Norte, são cerca de oito grupos que se apresentam de frente aos presépios de Natal. O brilho das festividades natalinas vai até o Dia de Reis, em 6 de janeiro, e assume um colorido especial. As loas a Jesus encantam quem passa pelas ruas e praças dessas cidades. Os personagens principais são dramatizados na recepção ao Menino Deus: Jesus, Maria, José e o anjo Gabriel. Os reis magos Gaspar, Melchior e Baltazar, além dos animais, pastorinhas, caboclinhos, índios, astros, entre outros integrantes da lapinha, fortalecem as comemorações e trazem consigo os traços culturais de cada região ( Materia do Diário do Nordeste, 11/12/2011)
Os reis magos, representados pelos garotos da comunidade.
As jovens, representam as ciganas
Os índios também fazem parte das encenações.
Mestre Antônio Luiz, nascido em Potengi, no ano de 1956. Tornou-se brincante do Reisado de Caretas em 1980
Mestres Homenageiam São Gonçalo
A Dança de São Gonçalo do Amarante no Horto, em Juazeiro do Norte, como reverência ao Padre Cícero é outra grande expressão visual da cultura presente no Cariri. O reisado é lembrado e destacado pela escolha dos Mestres do Mundo. São Gonçalo é o que recebe homenagem.
A resistência cultural vai além das brincadeiras, revela a história de luta para a manutenção da identidade coletiva das comunidades. A força do reisado entra em cheio, e ganharam expressividade as danças e cantorias a São Gonçalo, o santo violeiro. Dos dez “tesouros vivos”, dois mestres e um grupo fazem homenagem ao santo adorado que a pretexto de ser operador de milagres é elemento que mantém a união de várias gerações de família e até mesmo a singularidade de povos remanescentes dos quilombos de resistência à escravidão negra.
"São Gonçalo é um santo, muito milagroso. É de Deus amado e de todo o povo. Quem a São Gonçalo serve, será servido. É de Deus amado. É de todo o povo", começa a cantoria. Assim inicia a festa no terreiro do mestre Joaquim Ferreira da Silva, no Sítio Veiga, na Serra do Estevão, zona rural de Quixadá. O surdo das pisadas e ritmado na batida do tambor, e as ladainhas acompanham os acordes da viola. "É um santo bom como uns todo", diz ele. O homem tem 83 anos, mas acompanha as 12 jornadas do ritual da dança. Quando o faz, diz que está respeitando o que os pais ensinaram. "É o costume da gente".
Enquanto a tradição é respeitada, lá está a meninada acompanhando nos dois partidos: rosado e anil. É uma brincadeira, mas a menina quando vira moça e o menino se faz homem feito, ainda assim, seguem a manifestação cultural. Vergonha à parte (sobra para as mulheres fazerem alguns personagens antes feitos por homens), a filha caçula de mestre Joaquim, Rosimeire Ferreira, não está "nem aí" para o que dizem, quer é participar, e na companhia de Tereza, Rita, e as sobrinhas Geiseane e Geisene. Diz o mestre que São Gonçalo gostava de fazer festas e ajudar as pessoas. "Tirava as muié do mal caminho, das tentação". Ao que parece, o santo cantava o que os males espantava. As mulheres dançavam a noite toda, tanto que na hora que homem ”sem vergonha” chamava estavam tão cansadas que só faziam dormir.
A comunidade de Sítio Veiga, na Serra do Estevão, tem mais história: foi porto seguro de escravos fugidos. Após anos de luta para o reconhecimento, o povo comemora a inclusão do lugar como uma autêntica comunidade quilombola, remanescente dos quilombos. Mais do que na cor e nos traços estereotípicos, a memória está nas singularidades culturais, na capoeira, na umbanda e no reisados, num sincretismo que comprova que a Dança do São Gonçalo do mestre Joaquim não é igual à de ninguém.
Pode ser parecido, mas não passa disso. Outra dança homenageada é a liderada por mestre Expedita Moreira dos Santos, de Tianguá. Com 71 anos, incentiva filhas e netas a participarem da dança. Pudera, recebeu o gosto de sua mãe, dona Dina Faustina da Rocha, e não esquece de fazer anualmente desde os 10 anos de idade. As mulheres realizam a dança, já que "homem tá difícil". Blusa azul com chita, saia rodada com estampa vermelha, as meninas se embelezam, depois de limpar o terreiro, a latada, e dona Expedita (é novo esse adjetivo de mestre) pra lá e pra cá com a imagem do santo nos braços.
Imagem de São Gonçalo
Ritual da dança de São Gonçalo
Na Juazeiro do Padre Cícero, lavadeira que entoa ladainha no horto ao velho "Padim" virou mestra, e agora o Grupo de Dança de São Gonçalo da Comunidade do Horto mereceu destaque, depois de ininterruptos 30 anos mantendo a tradição, orientado por Pedro Joaquim, Maria Joaquina e o filho, Manoel. Estiverão em Limoeiro do Norte, pela primeira vez noutra região do Estado, dançando para além da imagem do “Padim”. Entre ego, estima, reconhecimento e valorização, é promovido o Encontro dos Mestres do Mundo, cujos protagonistas são os senhores e senhoras que cultivam suas artes tradicionais. Enquanto de dia os mestres de academia (historiadores, professores etc.) discutem o legado dos mestres, e estes dialogaram entre si na troca de saberes e fazeres, todos exibiram nas noites em palco aberto para uma multidão as brincadeiras, a música, a literatura, o artesanato, a dança e o conhecimento das práticas seculares.
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