Emily Dickinson
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Emily Dickinson | |
Emily Dickinson entre 1846-1847 | |
Nome completo | Emily Elizabeth Dickinson |
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Morte | |
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Ocupação | |
Gênero literário |
Emily Elizabeth Dickinson (Amherst, 10 de dezembro de 1830 - 15 de maio de 1886) foi uma poetisa americana, considerada moderna em vários aspectos da sua obra[1].
Índice · 2 Obras |
Biografia
Nasceu numa casa cujo nome era The Homestead, construída pelos avós Samuel Fowler Dickinson e Lucretia Gunn Dickinson, no ano de 1813. Samuel Fowler era advogado e foi um dos principais fundadores do Amherst College. Era a segunda filha de Edward e Emily Norcross Dickinson.
Proveniente de uma família abastada, Emily teve formação escolar irrepreensível, chegando a cursar durante um ano o South Hadley Female Seminary. Abandonou o seminário após se recusar, publicamente, a declarar sua fé.
Quando findou os estudos, Emily retornou à casa dos pais para deles cuidar, juntamente com a irmã Lavínia que, como ela, nunca se casou.
Em torno de Emily, construiu-se o mito acerca de sua personalidade solitária. Tanto que a denominavam de a “Grande Reclusa”. É importante que se diga, que este comportamento de Emily coadunava-se com o modelo de conduta feminina que era apregoado no Massachusetts de Oitocentos. Emily, em raros momentos, deixou sua vida reclusa, tanto que em toda sua vida, apenas fez viagens para a Filadélfia para tratar de problemas de visão, uma para Washington e Boston. Foi numa destas viagens que Emily conheceu dois homens que teriam marcada influência em sua vida e inspiração poética: Charles Wadsworth e Thomas Wentworth Higginson.
Emily conheceu Charles Wadsworth, um clérigo de 41 anos, em sua viagem à Filadélfia. Alguns críticos creditam a Wadsworth, como sendo o alvo de grande parte dos poemas de amor escritos por Emily.
Quase tudo que se sabe sobre a vida de Emily Dickinson tem como fonte as correspondências que ela manteve com algumas pessoas. Entre elas: Susan Dickinson, que era sua cunhada e vizinha, colegas de escola, familiares e alguns intelectuais como Samuel Bowles, o Dr. e a Mrs. J. G. Holland, T. W. Higginson e Helen Hunt Jackson. Nestas cartas, além de tecer comentários sobre o seu cotidiano, havia também alguns poemas.
Foi somente em torno do ano de 1858 que Emily deu início a confecção dos «fascicles» (livros manuscritos com suas composições) , produzidos e encadernados à mão.
É intensa a sua produção de 1860 até 1870, quando compôs centenas de poemas por ano. Em 1862, envia quatro poemas ao crítico Thomas Higginson que, não compreendendo inteiramente sua poesia, a desaconselha de publicá-los.
A partir de 1864, surpreendida por problemas de visão, arrefece um pouco o ritmo de sua escrita. Uma curiosidade na obra de Emily Dickinson é que apesar de ter escrito em torno de 1800 poemas e quase 1000 cartas, ela não chegou a publicar nenhum livro de versos, enquanto viveu. Os registros que se tem, é que apenas anonimamente, publicou alguns poemas.
Toda a sua obra foi editada postumamente, sendo reconhecida e aclamada pelos críticos.
Emily faleceu em 15 de maio de 1886 em Amherst, Massachusetts.
A edição crítica completa, organizada por Thomas H. Johnson, contando com 1775 poemas, ocorreu apenas em 1955, após seu acervo ter sido transferido para a Universidade de Harvard. Posteriormente acrescida de outros poemas, em 1999, surge outra edição, organizada por R. W. Franklin, com 1789 poemas.
Atualmente a casa, onde ela nasceu e viveu, "The Homestead" é aberta para visitação no período de Março a Dezembro.
§ Poems by Emily Dickinson - Organização de Mabel Loomis Todd & T. W. Higginson. Boston: Robert Brothers, 1890.
§ The poems of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson. Cambridge: The Belknap Press, Harvard University Press, 1955.
§ The letters of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson & Theodora Ward. Cambridge: The Belknap Press, Harvard University, 1958.
§ The complete poems of Emily Dickinson. Organização de Thomas H. Johnson. Boston e Toronto:Little, Brown and Company, 1960.
§ The manuscript books of Emily Dickinson, 2 volumes. Organização de R. W. Franklin. Cambridge e Londres: The Belknap Press, Harvard University Press, 1981.
§ The masters letters of Emily Dickinson. Organização de R. W. Franklin. Amherst: Amherst College Press, 1986.
§ The poems of Emily Dickinson. Organização de R. W. Franklin. Cambridge e Londres: The Belknap Press, Harvard University Press, 1999.
Emily Dickinson, em toda sua vida, não publicou mais do que dez poemas, algumas vezes anonimamente, e teve sua numerosa obra reconhecida só após a morte. Sua vida discreta e misteriosa desafia até hoje os estudiosos de sua obra. Sua poesia possui uma liberdade sintática única, muito próxima do uso oral da língua, é densa e paradoxal como sua vida. Em sua enigmática literatura, criou um idioma poético próprio, desprezando as fórmulas ou a regularidade convencional.
Augusto de Campos, na tradução publicada em edição de 2008, pela Unicamp, observa: “Cruzam-se em sua poesia os traços de um panteísmo espiritualizado, de uma solidão-solitude, ora serena ora desesperada, e de uma visão abismal do universo e do ser humano. Micro e macrocosmo compactados em aforismos poéticos[2]”.
A partir de elementos triviais, cotidianos, domésticos, do vestuário, por exemplo, bem como de pequenos seres da natureza, Dickinson dá vida às coisas, formando quadros considerados, por vezes, verdadeiramente surreais, embora expresse idéias bastante claras através de uma linguagem muito plástica. Em razão desta ressalva, é que muitos podem considerá-la como pertencente à chamada poesia metafísica, somando-se isto a um certo misticismo.
Referências
1. ↑ Amaral, Ana Luísa R. B. Emily Dickinson: Uma Poética de excesso. Repositório Aberto. Universidade do Porto. 1995.
2. ↑ CAMPOS, Augusto de. Introdução. In: DICKINSON, Emily (2008). Não sou ninguém. Campinas: Editora da Unicamp
§ DICKINSON, Emily (2008), Não Sou Ninguém, Campinas: Editora da Unicamp. ISBN Tradução, introdução e bibliografia: Augusto de Campos
Diz Toda a Verdade
Diz toda a Verdade mas di-la tendenciosamente -
O êxito está no Circuito
É demasiado brilhante para o nosso enfermo Prazer
A esplêndida surpresa da Verdade
Como o Relâmpago se torna mais fácil para as Crianças
Com uma amável explicação
A Verdade deve ofuscar gradualmente
Ou cada homem ficará cego -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
O êxito está no Circuito
É demasiado brilhante para o nosso enfermo Prazer
A esplêndida surpresa da Verdade
Como o Relâmpago se torna mais fácil para as Crianças
Com uma amável explicação
A Verdade deve ofuscar gradualmente
Ou cada homem ficará cego -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
A Ausência Desincorpora
A Ausência desincorpora - e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
A Dor Tem um Elemento de Vazio
A Dor - tem um Elemento de Vazio -
Não se consegue lembrar
De quando começou - ou se houve
Um tempo em que não existiu -
Não tem Futuro - para lá de si própria -
O seu Infinito contém
O seu Passado - iluminado para aperceber
Novas Épocas - de Dor.
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Não se consegue lembrar
De quando começou - ou se houve
Um tempo em que não existiu -
Não tem Futuro - para lá de si própria -
O seu Infinito contém
O seu Passado - iluminado para aperceber
Novas Épocas - de Dor.
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Morri pela Beleza
Morri pela Beleza - mas mal me tinha
Acomodado à Campa
Quando Alguém que morreu pela Verdade,
Da Casa do lado -
Perguntou baixinho "Por que morreste?"
"Pela Beleza", respondi -
"E eu - pela Verdade - Ambas são iguais -
E nós também, somos Irmãos", disse Ele -
E assim, como parentes próximos, uma Noite -
Falámos de uma Casa para outra -
Até que o Musgo nos chegou aos lábios -
E cobriu - os nossos nomes -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Acomodado à Campa
Quando Alguém que morreu pela Verdade,
Da Casa do lado -
Perguntou baixinho "Por que morreste?"
"Pela Beleza", respondi -
"E eu - pela Verdade - Ambas são iguais -
E nós também, somos Irmãos", disse Ele -
E assim, como parentes próximos, uma Noite -
Falámos de uma Casa para outra -
Até que o Musgo nos chegou aos lábios -
E cobriu - os nossos nomes -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Demasiada Loucura é o Mais Divino Juízo
Demasiada Loucura é o mais divino Juízo -
Para um Olhar criterioso -
Demasiado Juízo - a mais severa Loucura -
É a Maioria que
Nisto, como em Tudo, prevalece -
Consente - e és são -
Objecta - és perigoso de imediato -
E acorrentado -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Para um Olhar criterioso -
Demasiado Juízo - a mais severa Loucura -
É a Maioria que
Nisto, como em Tudo, prevalece -
Consente - e és são -
Objecta - és perigoso de imediato -
E acorrentado -
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
Tradução de Nuno Júdice
Os Instantes Superiores da Alma
Os instantes Superiores da Alma
Acontecem-lhe - na solidão -
Quando o amigo - e a ocasião Terrena
Se retiram para muito longe -
Ou quando - Ela Própria - subiu
A um plano tão alto
Para Reconhecer menos
Do que a sua Omnipotência -
Essa Abolição Mortal
É rara - mas tão bela
Como Aparição - sujeita
A um Ar Absoluto -
Revelação da Eternidade
Aos seus favoritos - bem poucos -
A Gigantesca substância
Da Imortalidade
Acontecem-lhe - na solidão -
Quando o amigo - e a ocasião Terrena
Se retiram para muito longe -
Ou quando - Ela Própria - subiu
A um plano tão alto
Para Reconhecer menos
Do que a sua Omnipotência -
Essa Abolição Mortal
É rara - mas tão bela
Como Aparição - sujeita
A um Ar Absoluto -
Revelação da Eternidade
Aos seus favoritos - bem poucos -
A Gigantesca substância
Da Imortalidade
O Êxito Parece a Mais Doce das Coisas
O êxito parece a mais doce das coisas
A quem nunca venceu na vida.
Ter a compreensão de um néctar
Exige a mais dolorosa necessidade.
De entre o purpúreo Exército
Que hoje empunhou a Bandeira
Nenhum outro poderá dar uma tão clara
Definição da Vitória
Como o vencido - agonizante -
Em cujo ouvido interdito
A distante ária triunfal
Ressoa nítida e pungente!
A quem nunca venceu na vida.
Ter a compreensão de um néctar
Exige a mais dolorosa necessidade.
De entre o purpúreo Exército
Que hoje empunhou a Bandeira
Nenhum outro poderá dar uma tão clara
Definição da Vitória
Como o vencido - agonizante -
Em cujo ouvido interdito
A distante ária triunfal
Ressoa nítida e pungente!
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Emily Dickinson é considerada uma das maiores poetisas da língua inglesa. Nasceu no dia 10 de Dexembro numa pequena cidade americana, Amherst, e faleceu lá também, no dia 15 de Maio de 1886. Note-se que a escritora nada publicou durante a sua vida, e há até o mito que era uma pessoa muito solitária. Tinha a alcunha de “a grande reclusa”. Morreu sem sequer sonhar que um dia viria a ser tão aclamada pela crítica. De resto, antes de morrer pediu à sua irmã que destruísse todos os seus poemas que estavam dentro de uma arca. O que felizmente não sucedeu. Tell all the Truth but tell it slant Tell all the Truth but tell it slant -- Success in Circuit lies Too bright for our infirm Delight The Truth's superb surprise As Lightning to the Children eased With explanation kind The Truth must dazzle gradually Or every man be blind -- Diz Toda a Verdade Diz toda a Verdade mas di-la tendenciosamente - O êxito está no Circuito. É demasiado brilhante para o nosso enfermo Prazer A esplêndida surpresa da Verdade Como o Relâmpago se torna mais fácil para as Crianças Com uma amável explicação A Verdade deve ofuscar gradualmente Ou cada homem ficará cego - Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas" Tradução de Nuno Júdice (in o citador.pt) LI MY friend must be a bird, Because it flies! Mortal my friend must be, Because it dies! Barbs has it, like a bee. Ah, curious friend, Thou puzzlest me! Meu amigo deve ser um pássaro, Porque ele voa! Mortal meu amigo deve ser, Porque ele morre! Farpas tem, como uma abelha. 5 Ah amigo, curioso, Tu confundiste-me |
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