O Judaísmo surgiu no Oriente Médio, há 3500 anos, fundado por Abraão e Moisés. É considerada a primeira religião monoteísta da história, que deu origem ao Cristianismo e ao Islamismo. Tem como crença principal a existência de um único Deus, criador de todo o universo. Seus templos chaman-se Sinagogas, seus líderes espirituais são chamados Rabbis ou Rabinos. Seu Livro Sagrado, chamado Torah ou Tanakh é a Bíblia Hebraica, especialmente os cinco primeiros livros do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio ( pentateuco ). O Talmud é uma coleção de leis que inclui o Mishnah, Targumin, Midrashim, uma compilação em hebraico das leis orais, e o Gemará, comentários dessas leis, feitos pelos rabinos, em aramaico. Segundo as escrituras judaicas, Deus firmou um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido para ocupar Canaã a "Terra Prometida", onde corria leite e mel.
De acordo com as escrituras judaicas, por volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e seguir para Canaã ( atual Palestina ). Abraão teve dois filhos, o primeiro com sua escrava Hagar chamado Ismael e outro chamado Isaque, com sua esposa Sarah. Isaque tem um filho chamado Jacó. Este, num certo dia, luta com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel, que significa: "Aquele que luta com Deus". Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito onde são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos.
A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã. Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo vivas sua cultura e religião. Durante a segunda Guerra Mundial, o Povo Judeu é perseguido pelo Nazismo de Hitler e 6 milhões de Judeus foram assassinados no Holocausto. Em 1948, após a criação do estado de Israel, o povo judeu retoma o caráter de unidade política.
O Judaísmo é uma crença monoteísta que se apóia em três pilares: A Torá, as Boas Ações e a Adoração de um Deus único. Por ser uma religião que valoriza a moralidade, grande parte de seus preceitos baseia-se na recomendação de costumes e comportamentos "retos".
O Deus apresentado pelo Judaísmo é Yaveh, uma entidade viva, vibrante, transcendente, onipotente e justa. Entre os homens, por sua vez, existem laços fraternos, e o dever do ser humano consiste em "praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar humildemente nas sendas divinas". Em essência, o Judaísmo ensina que a vida é uma dádiva de Deus e, por isso, devemos nos esforçar para fazer dela o melhor possível, usando todos os talentos que o Criador nos concedeu.
A prática da religião está presente no dia-a-dia do judeu. Ela se estende até à sua alimentação, que deve ser kosher, ou seja, livre de impuresas ( certas carnes, como a suína, entre outras substâncias, não são permitidas ). Outro hábito é a observação do Shabat, o dia do descanso, que se estende do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado, e que é celebrado com rezas, leituras e liturgias nas Sinagogas.
Todos os aspectos da vida judaica estão manifestos em suas comemorações de ano novo, nas quais encontram-se dias solenes, dias de jejum e dias de alegria. Não é simples coincidência o primeiro mês do ano conter "amostras" de cada faceta da vida judaica, pois são uma introdução e diretriz para o ano inteiro.
Rosh Hashaná É o início do Ano Novo Judaico, o dia no qual o primeiro ser humano – Adam (Adão) – proclamou a soberania de Deus sobre todo o Universo. Quando estamos para iniciar algo novo em nossas vidas, tomar decisões, etc., devemos lembrar que Deus é o Criador do Céu e da Terra e o Governante único do Universo; assim, qualquer ação deve ter a Sua aprovação. Assêret Yemê Teshuvá Durante os Dez Dias de Arrependimento, os judeus se recordam que, sendo servos do Rei, devem manter seus atos em constante verificação. Naturalmente, uma vez que somos apenas humanos, estamos sujeitos a falhas. Yom Kipur O dia do Perdão nos mostra que nunca é tarde demais para o retorno, se o fizermos com sinceridade, remorso, rejeição dos defeitos passados e tomarmos novas e firmes resoluções para melhorar no futuro. Se estas decisões forem resolutas, Deus nos perdoará e anulará nossos pecados. Sucot Nos recorda as "Nuvens de Glória", com as quais Ele nos cercou durante os quarenta anos desde a saída do Egito. Pode parecer difícil alterar velhos hábitos e cumprir práticas desconhecidas, mas Sucot nos ensina a não nos desesperarmos em dias de dificuldade, mesmo que nos encontremos em minoria, pois Deus nos protege a todo instante. Shemini Atsêret e Simchat Torá Finalmente, para saber como conduzir a vida conforme os desejos Divinos, temos Shemini Atsêret e Simchat Torá, as festas de júbilo da Torá, na qual Deus nos deu as Divinas Leis de just-iça e honestidade e um completo e verdadeiro guia para a vida. Conduzindo a vida de acordo com Sua vontade, podemos assegurar felicidade total, pois a Torá é a "árvore da vida para aqueles que nela se apoiam; são felizes os que a sustentam." Pessach - A Ordem do Seder A cada geração cada ser humano deve se ver como se ele pessoalmente tivesse saído do Egito. Pois está escrito: "Você deverá contar aos seus filhos, neste dia, "Deus fez estes milagres para mim, quando eu saí do Egito..." (da Hagadá) Kadesh (Santificação) Recita-se o kidush sobre o vinho, e bebe-se o primeiro copo, estando sentado e reclinado para a esquerda. Também recita-se a benção Shehecheianu, agradecendo a Deus por nos ter permitido chegar a este dia. Urchatz (Lavagem) Lavamos as mãos fazendo a água escorrer de um caneco, duas vezes em cada mão, começando com a direita, porém, sem fazer a benção. Urchatz se enquadra na categoria de coisas que se faz para atiçar a curiosidade das crianças. Karpas Pega-se um pequeno pedaço de karpas (batata, ou outro vegetal), e mergulha-se na água salgada. Então faz-se a benção "... bore pri ha'adamá", que também se aplica posteriormente ao maror, e come-se o vegetal. Mergulhá-lo em água salgada lembra-nos das lágrimas e do suor que o Povo Judeu tinha durante o longo período de escravidão. Assim como o urchatz, este ato atiça a curiosidade dos jovens. Yachatz (divisão da matzá) Quebra-se a matzá do meio em dois, embrulhando o pedaço maior e separando-o de lado para o Afikoman. Isto é o que as crianças esperam. Elas tentam "roubar" o Afikoman, e depois "negociam um resgate" para devolvê-lo. Maguid (Conto) É contada a história de como Deus nos salvou da escravidão no Egito e como foi o primeiro Pessach. O chefe da casa explica a história de maneira que todos possam entendê-la. Esta é a parte principal do Seder: a discussão sobre a saída do Egito, e o significado do termo cherut (liberdade). Bebe-se o segundo copo de vinho, antes do Ma Nishtaná. Rachatzá (Lavagem) Desta vez lava-se as mãos também com o caneco, duas vezes sobre cada mão, começando com a direita, e faz-se a benção, como forma de preparação para comer-se a matzá. Esta é o procedimento para todas as refeições em que se comer matzá Motzi Matzá O chefe da casa levanta os três pedaços de matzá, fazendo duas brachot. As suas matzot de cima são quebradas e distribuídas. Maror (Raíz forte) Come-se, com a devida benção, a raiz forte, representando a amargura da escravidão e do trabalho pesado pelo qual os judeus passaram no Egito. Korech (Sanduíche) Faz-se um sanduíche de matzá, maror e charosset (que simboliza o barro utilizado pelos judeus em seu trabalho de construção no Egito). Shulchan Orech (A Refeição) Uma refeição festiva é servida. Não há nenhum requerimento especial quanto a esta refeição, com excessão do lugarzinho que deve ser reservado para o Afikoman, após a refeição. Tzafon (Comendo o Afikoman) Tzafon significa escondido. Neste ponto deve-se comer a matzá que havia sido 'escondida' para a 'sobremesa'. O objetivo é manter as crianças acordadas e atentas até esta parte do Seder, quando elas negociam a devolução do Afikoman em troca de algum presente dos pais. Barech (Bircat HaMazon) (Prece após as refeições) Faz-se a prece após as refeições agradecendo a Deus por tudo que recebemos e depois faz-se a brachá para o vinho e bebe-se o terceiro copo. Bebe-se o quarto copo de vinho. Um quinto copo é preparado e colocado na mesa do Seder para o profeta Eliahu (Elias), que é esperado em Pessach para anunciar a chegada do Mashiach (Messias). A porta da casa costuma permanecer aberta, para permitir a entrada do profeta. Isto serve também para expressar nossa fé de que nada de ruim nos acontecerá na noite do Seder. Há um outro motivo mais desagradável para manter a porta aberta. Durante a Idade Média, os judeus eram acusados dos assassinatos rituais ( matar jovens cristãos para usar seu sangue para fazer matzot). Apesar de absurda, esta acusação foi feita até o século XIX, resultando em centenas de manifestações e na morte de diversos judeus). Daí fica-se com a porta aberta, para que a mesa do Seder seja vista por todos sem desconfiança. Halel (Salmos) São recitados alguns salmos, para terminar a noite com alegria. Nirtza (Ser aceito) A finalização do Seder é feita com uma série de músicas e cantorias, sumarizando a fé que nos faz viver até os dias de hoje. Depois disso, deseja-se a todos "LeShana HaBa'á B'Ierushalaim" - que no próximo ano estejamos em Jerusalém, reconstruída, representando nosso esperança na chegada da Redenção Final e na vinda do Mashiach.
A expressão "Bar-Mitsvá" se origina parcialmente do aramaico, a língua do Talmud. "Bar" significa literalmente "filho de", e "mitsvá" significa "mandamento". Assim, um "bar-Mitsvá" é um "filho do mandamento".
A ocasião mais importante na vida de um judeu chega quando ele atinge a idade para entrar na aliança com Deus e no compromisso de manter, estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos treze anos de idade. O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo terceiro aniversário de um menino, a alma Divina é revelada com maior intensidade, e exerce uma maior influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos a responder pelo cumprimento das mitsvot. Esta é a razão de se fazer uma comemoração especial neste dia. Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão e carne) é preparada por ocasião do Bar-Mitsvá. Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá (um breve, mas profundo comentário sobre algum aspecto da Torá). Costumes A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin diariamente (exceto em Shabat, Yom Tov e Chol Hamoêd) e cumprir todas as leis judaicas. O jovem deve ser chamado à Torá para recitar as devidas bênçãos, na primeira oportunidade. Após a cerimônia faz-se uma refeição, denominada Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne. Nesta refeição, o jovem faz um discurso baseado na Torá. Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon, a Bênção de Graças. É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais fazerem maior doação do que o habitual para caridade, para que este ato lhes traga uma bênção especial. Bênção recitada pelo pai do jovem: Após ser chamado à Torá pela primeira vez, quando o filho conclui a segunda bênção, o pai recita uma bênção na qual agradece a Deus pela chegada deste momento tão feliz e por isentá-lo da responsabilidade pelos atos do filho, transferindo tudo ao próprio filho, através da seguinte declaração testemunhada por todos os presentes: Baruch shepetaráni meônesh halazê. "Bendito é Ele que me livrou de ser punido por este menino."
Atualmente a fé judaica conta com 12 milhões de seguidores por todo o mundo, porém a maioria se concentra em Israel e nos EUA e existem quatro ramos principais do Judaísmo: Judaísmo Ortodoxo, Judaísmo Conservador, Judaísmo Reformado e Judaísmo Messiânico.
Judaísmo Ortodoxo Corrente que se caracteriza pela observação rigorosa dos costumes e rituais em sua forma mais tradicional, segundo as regras estabelecidas pelas leis escritas e na forma oral. É a mais radical das vertentes judaicas. Judaísmo Conservador Defende a idéia de que o Judaísmo resulta do desenvolvimento da cultura de um povo que podia assimilar as influências de outras civilizações, sem, no entanto, perder suas características próprias. Assim, o Judaísmo Conservador não admite modificações profundas na essência de suas liturgias e crenças, mas permite a adaptação de alguns hábitos, conforme a necessidade do fiel. Judaísmo Reformado O Movimento Reformista defende a introdução de novos conceitos e idéias nas práticas judaicas, com o objetivo de adaptá-las ao momento atual. Para esta corrente, a missão do judeu é espiritualizar o gênero humano - a partir deste ponto de vista, torna-se obsoleto qualquer preceito que vise separar o judeu de seu próximo, independentemente de crença ou nação. Judaísmo messiânico Ou Judeus por Jesus, é teoricamente, um ramo do Judaísmo que apesar de não ser aceito como tal pela comunidade judaica tradicional, identificam o Messias esperado na Pessoa de "Jesus" de Nazaré, a quem eles chamam de Yeshua HaMashiach. Em hebraico, significando Yeshua, o Messias, sendo este, considerado o nome original de Jesus, fato esse confirmado por inúmeras autoridades como o ex-professor de judaísmo antigo da Universidade Hebraica de Jerusalém, David Flusser, honrado com o "Prêmio Israel de Literatura", pelo livro "Jesus". Este movimento nasceu com Yeshua e seus talmidim (discípulos), desenvolvendo-se através da comunidade messiânica do 1° século, conforme descrito na Brit Chadashá (Nova Aliança ou Novo Testamento), mais especificamente no livro de Atos dos Apóstolos. O Movimento era visto pela comunidade judaica no 1° século como um ramo do Judaísmo, sendo denominado como "Seita dos nazarenos" (Atos 24:5;9:2), e seus adeptos como "os seguidores do Caminho" - (Atos 22:4; 24:14; 18.26). |
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Judaismo
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