O Cristianismo é a filosofia de vida que mais fortemente caracteriza a sociedade ocidental. Há 2 mil anos permeia a história, a literatura, a filosofia, a arte e a arquitetura da Europa. Assim, conhecer o cristianismo é pré-requisito para compreender a sociedade e a cultura em que vivemos.
O cristianismo é uma das chamadas grandes religiões. Tem aproximadamente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus. A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo, baseados na fraternidade e no amor ao próximo. Os ensinamentos estão contidos na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento. O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o salvador. O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), que são quatro versões mais ou menos semelhantes da vida de Cristo, escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para os textos de São Paulo) e o Apocalipse (texto até hoje polêmico e que narra, basicamente, como seria ao fim do mundo). O nascimento do cristianismo se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo. Quando Jesus Cristo nasceu, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias, apontado na Torá como o enviado que os libertaria da dominação romana. Segundo a Bíblia, até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, o que lhe garantiu rápida popularidade. Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, por não seguir à risca os ensinamentos da Torah. Também não dava mostras de que seria o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular, que não reconhecia a divindade do imperador de Roma. Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor e paz. Apóstolo quer dizer enviado. O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos. Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano. São Pedro, um dos 12 apóstolos, se tornou o primeiro bispo de Roma e o primeiro papa. A ele, Jesus teria dito: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". Igreja significa reunião. A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão. Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma. O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar. Assim, à medida que foi ganhando terreno, também enfrentou rachas -sua grande ferida viva do passado e do presente. Desvios de percurso e situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e ortodoxos). O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino. O império romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros. Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé. Lutero é excomungado e funda a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia. Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo.
Em parte, por causa do lugar importante que as missões tiveram no cristianismo, este se tornou a mais difundida de todas as religiões. Hoje há três ramos principais na Igreja, cada um concentrado numa área geográfica diferente. Primeiro, a Igreja Católica Romana, que é majoritária no Sul da Europa e na América Latina, e tem grandes minorias nos Estados Unidos e na África; em seguida vem a Igreja Ortodoxa, centrada na Grécia e Europa Oriental, e por fim as Igrejas Protestantes, localizadas sobretudo no Norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.
A Igreja Católica Romana A Igreja Católica Romana é a maior de todas as Igrejas. Existem cerca de 1 bilhão de cristãos no mundo. Aproximadamente, metade deles pertence ao catolicismo. O Catolicismo, do grego katholikos, com o significado de "geral" ou "universal", é um nome religioso aplicado a dois ramos do cristianismo. Em uso casual, quando as pessoas falam de "católicos" ou de "catolicismo", geralmente pretendem indicar os aderentes à Igreja Católica Romana. No entanto, no seu sentido geral (sem o C maiúsculo), o nome é usado por muitos cristãos que acreditam que são os descendentes espirituais dos Apóstolos em vez de parte de uma sucessão apostólica física, como defendem os católicos romanos. O Credo dos Apóstolos, que diz "Eu acredito... na santa igreja católica..." é recitado todas as semanas em milhares de igrejas Católicas. No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir a Igreja Católica Apostólica Romana, sob o Papado. Estas 24 igrejas "sui iuris" estão em comunhão total , o que as transforma na maior denominação cristã do mundo. As suas características distintivas são a aceitação da autoridade do Papa, o Bispo de Roma, e a comunhão com ele, e aceitarem a sua autoridade em matéria de "fé" e "moral" e a sua afirmação de "total, supremo e universal poder sobre toda a Igreja". Esta denominação é freqüentemente chamada Igreja Católica Romana, muito embora o seu nome formal seja apenas "Igreja Católica". A Igreja Ortodoxa Abrangências: A Igreja Ortodoxa costuma ser conhecida também, como Igreja Ortodoxa Oriental, já que tinha sua sede no Oriente Médio, por oposição à Igreja Ocidental, cujo centro era em Roma. A Igreja Ortodoxa se difundiu a partir de Jerusalém e Istambul (antiga Constantinopla) pela Bulgária, Romênia, Grécia e Rússia, onde hoje tem seu baluarte. Além disso, há em torno de 5 milhões de ortodoxos nos Estados Unidos, resultado da imigração da Europa Oriental. Em razão das condições políticas, não se sabe com exatidão o número de pessoas que pertencem atualmente à fé ortodoxa, mas se estima que os fiéis totalizem cerca de 150 milhões. A Igreja Protestante As principais denominações protestantes que surgiram da reforma, foram a Igreja Luterana e a Igreja Reformada. Mas já no século XVI existia uma ala mais radical, que desejava formar suas próprias igrejas puras, a característica mais importante dessa ala, é que não reconhecia o batismo de crianças, mas só de adultos, isto é, dos que crêem conscientemente. O movimento começou na Suíça, na Alemanha e na Holanda (anabatistas) e liderados por John Smith, fundaram em 1609 a primeira das Uniões Batistas mais modernas. Além destas, existem outras Igrejas Evangélicas, nascidas do movimento de leigos e missionários da Igreja Luterana, saõ elas as Igrejas: Metodistas; Batistas; Pentecostais; Adventistas; Quakers; Exercito da Salvação; Mórmons; Testemunhas de Jeová, etc. Atualmente, está em curso um movimento de reunificação cristã. Teve início há cerca de 40 anos, a partir do famoso Concílio Vaticano II (1962-1965) promovido pela Igreja Católica. Cresce a percepção de que o cristianismo precisa restabelecer sua unidade. O chamado ecumenismo envolve o diálogo do cristianismo também com as outras grandes religiões, como o islamismo, o judaísmo, o hinduísmo e o budismo. O caminho será longo, mas a hora é a de acabar com fanatismos, que nada têm de religioso e são origem de tantos males. |
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Cristianismo
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